Produtividade do cacau no sul da Bahia
Palavras-chave:
Amêndoas de Cacau, Distribuição Espacial, Sul da BahiaResumo
A produtividade do cacau no sul da Bahia tem enfrentado desafios significativos ao longo dos anos. A produção de cacau na região sofreu queda significativa decorrente de pragas, doenças e mudanças climáticas, especialmente a vassoura-de-bruxa, causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa. A Bahia, que já foi o principal produtor de cacau no Brasil, viu sua produção cair significativamente e a necessidade de importação para abastecer as indústrias. A análise da produção, área colhida e produtividade na Região Geográfica Intermediária Ilhéus-Itabuna, de 1974 a 2021, revelou tendência de declínio. A análise exploratória de dados espaciais (Aede) foi utilizada para identificar padrões de associação espacial na produtividade do cacau. A produção de amêndoas de cacau caiu 64,97% na região, com as maiores quedas registradas nas RGIme Ilhéus/Itabuna e Camacan. A área colhida também recuou, especialmente na RGIme Ilhéus/Itabuna, e a produtividade média de cacau exibiu queda acentuada. A crise da vassoura-de-bruxa, as mudanças climáticas, a redução da assistência técnica e a competição com novos centros produtores são fatores que contribuíram para esse cenário. A Aede indicou a presença de autocorrelação espacial positiva, revelando tendência de agrupamento espacial das produtividades. Investimentos em pesquisa, tecnologias e assistência técnica são essenciais para reverter a tendência e melhorar a produtividade do cacau na região.