Uma proposta de gestão econômico-ecológica à agroindústria suinícola do oeste catarinense.
Palavras-chave:
Comitê Gestor, Consórcio Público, Instrumentos Econômicos, Licenças Negociáveis, Suinocultura,Resumo
O objetivo deste trabalho é propor uma solução para a política ambiental baseada em recomendações teóricas da economia ecológica, quais sejam: definição da escala sustentável; distribuição justa dos ônus e bônus da política ambiental; e alocação eficiente dos investimentos na redução da carga poluidora, por meio do emprego de mecanismos de mercado. A proposta direciona-se à produção suinícola da região do oeste catarinense, caracterizada pela intensidade da produção de suínos e pelos danos causados ao ambiente pela poluição resultante dos dejetos animais. Com base nas entrevistas qualitativas aplicadas aos agentes locais e na revisão dos principais instrumentos econômicos da literatura, foi definida uma proposta que, simultaneamente, descentralizasse e democratizasse as decisões e as responsabilidades de cada agente, sem comprometer a viabilidade econômica e ambiental da produção na região. Entre as propostas apresentadas destacaram-se: a) a criação de um comitê gestor participativo para gerir e planejar o sistema; b) a formação de um consórcio público, do qual participassem agentes locais, para fiscalizar e controlar o sistema de gestão; e c) a implementação de licenças negociáveis para a emissão de dejetos, que permitissem a redução gradual e contínua da poluição, ao mesmo tempo que incentivassem a busca por estratégias mais eficientes de controle da poluição.Referências
ABERS, R.; JORGE, K. D. Descentralização da gestão da
água: por que os comitês de bacia estão sendo criados?
Ambiente & Sociedade, Campinas, v. 8, n. 2, p 1-26,
ABIPECS. Associação Brasileira da Indústria Produtora
e Exportadora de Carne Suína. Disponível em:
www.abipecs.org.br>. Acesso em: jul. 2011.
BERTO, J. L. Balanço de nutrientes em uma sub-bacia
com concentração de suínos e aves como instrumento
de gestão ambiental. 196 f. 2004. Tese (Doutorado
em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental)–
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Referências
conceituais e metodológicas para gestão ambiental em
áreas rurais. Brasília, DF: MMA-Secretaria de Políticas
para o Desenvolvimento Sustentável, 2006. (Cadernos
Gestar, 1).
CASTRO, Z. M. B. Santa Catarina: raízes e traços:
a singularidade de um cenário propício ao
desenvolvimento de comunidade (1960-1980). Katálysis,
São Carlos, n. 1, p. 13-30, 1997.
DOUROJEANNI, A.; JOURAVLEV, A.; CHAVEZ, G.
Gestión del agua a nivel de cuencas: teoría y práctica.
Santiago, CL: Cepal, 2002. Programa Agua, Medio
Ambiente y Sociedad.
HENN, A. Avaliação de dois sistemas de manejo de
dejetos em uma pequena propriedade produtora de
suínos: condição de partida. 157 f. 2005. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Ambiental)–Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
KUNZ, A. C; CHIOCHETTA, O.; MIELE, M.; GIROTTO,
A. F.; SANGOI, V. Comparativo de custos de implantação
de diferentes tecnologias de armazenagem, tratamento
e distribuição de dejetos. Concórdia: Embrapa Suínos e
Aves, 2005. (Embrapa Suínos e Aves. Circular Técnica
.
MARGULIS, S. A regulamentação ambiental:
instrumentos e implementação. Rio de Janeiro: Ipea,
(Ipea. Texto para Discussão, 437).
OLIVEIRA, P. A. (Coord.) Manual de manejo e utilização
dos dejetos de suínos. Concórdia: Embrapa-CNPSA,
OLIVEIRA, P. A. Produção e aproveitamento do biogás.
In: TECNOLOGIA para o manejo de resíduos na
produção de suínos: manual de boas práticas. Embrapa,
p. 42-55.
OLIVEIRA, P. A.; NUNES, M. A. Sustentabilidade
ambiental da suinocultura. Concórdia: Embrapa Suínos e
Aves, 2006.
PERDOMO, C. C.; OLIVEIRA, P. A. V. de; KUNZ, A.
Sistemas de tratamento de dejetos suínos: inventário
tecnológico. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2003.
p. (Embrapa Suínos e Aves. Documentos, 85).
REES, W. E. Ecological footprints and appropriated
carrying capacity: what urban economics leaves out.
Environment and Urbanization, London, GB, v. 4, n. 2,
ROMEIRO, A. R.; MAIA, A. G.; JUSTO, M. Custoefetividade
de tratamentos de dejetos de suínos no Oeste Catarinense. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 49., 2010, Campo Grande. Anais... Piracicaba: Sober, 2010.
SANTA CATARINA. Fundação do Meio Ambiente.
Instrução Normativa 11. Suinocultura. Florianópolis,
Disponível em: <http://www.fatma.sc.gov.
br/index.php?option=com_docman&task=cat_
view&gid=32&Itemid=83>. Acesso em: 5 ago. 2011.
SANTA CATARINA. Ministério Público. Termo de
compromisso de ajustamento de condutas: programa
AMAUC: Consórcio Lambari. Florianópolis, 2004.
SEGANFREDO, M. A. Os dejetos suínos são um
fertilizante ou um poluente do solo? Cadernos de Ciência
e Tecnologia, Brasília, DF, v. 16, p. 129-141, 1999.
SEROA DA MOTTA, R.; HUBER, R. M.; RUITENBEEK,
H. J. Market based instruments for environmental
policymaking in Latin America and the Caribbean: lessons
from eleven countries. Environment and Development
Economics, Cambridge, v. 4, p. 177-201, 1999.